Sobre o livro: 2022 / Na cultura cristã, as mulheres eram frequentemente chamadas de “vasos do pecado”. Isto se deve à ancestral Eva, que comeu do fruto da árvore do conhecimento por instigação de Satanás. Os teólogos responsabilizaram a esposa de Adão por todo o sofrimento subsequente da humanidade, e a ideia da mulher como cúmplice do diabo legitimou o poder patriarcal sobre ela e a necessidade de sua submissão. Mas no século XIX, está prevista na cultura uma revisão deste postulado: sob a influência do romantismo, a figura do diabo e a imagem da Queda passam a ser associadas à ideia de libertação, antes de mais nada, libertação da tirania e da misoginia patriarcal cristã no contexto dos movimentos de esquerda, anticlericais, esotéricos e artísticos da época. Em seu livro, Per Faxneld explora a imagem de Lúcifer como libertador das mulheres no "longo século XIX", utilizando extenso material: desde obras literárias, trabalhos científicos e resenhas de jornais até os primeiros filmes, pinturas e até joias. O trabalho de Faxneld ajuda a traçar como os vários discursos emancipatórios emergentes na época se uniram para combater as forças conservadoras sob a bandeira do Cristianismo. Per Faxneld é historiador da religião na Universidade de Estocolmo, especializado em esoterismo ocidental, “espiritualidade alternativa” e novos movimentos religiosos..